quarta-feira, 30 de abril de 2008

Lucia Luiz: o caso Isabella e a "terceira pessoa"


Lúcia Luiz é socióloga e escritora. Nesse texto ela disse tudo:

"É muito difícil lidar com a maldade humana em estado puro. Seria ótimo para todos se em vez do pai e da madrasta, fosse um ladrão, de preferência egresso do complexo da FEBEM de Tatuapé, preto e pobre....

Assim como no caso Suzanne Richtoffen: o crime foi tão aterrorizante que tentaram de todos os jeitos dizer que tinha sido abusada pelo pai ou dopada pelo namorado perverso, pois lourinha, estudante de direito da Puc, não mata pai e mãe a cacetadas e depois vai para o motel

Mas graças a Deus existem o The Flash, O Homem Aranha e O Batman , que com motivação ignorada, profundos conhecedores do apartamento e de seus utensílios , conseguiram em menos de 8 minutos espancar, estrangular, jogar uma criança pela janela, pegar tesoura, faca , esconder, lavar e sumir.

Salva-se assim o mito da proteção familiar inconteste e todos podemos dormir sossegados"

terça-feira, 29 de abril de 2008

O que é que está acontecendo conosco?


Se nem isto merecer cadeia, é melhor tirar logo o homicídio do código penal!

Imaginem se aquele "pai" austríaco, que trancafiou a filha no porão por 24 anos e teve sete filhos com ela, fosse brasileiro? com certeza os especialistas na nossa enigmática justiça estariam dia e noite na TV, discutindo se havia fundamentos legais para a prisão, uma vez que o indiciado não atrapalha as investigações, colabora com a polícia, tem endereço fixo e não pretende fugir.

Estaria se discutindo até onde a vítima contribuiu para o crime cometido contra ela, se o exame de DNA foi realizado de maneira correta, a polícia seria acusada de não ter investigado outras hipóteses, e a constatação do óbvio estaria sendo taxada de pré-julgamento

Não faria muita diferença que o "pai" de cá tenha como álibi uma história da carochinha e o pai de lá tenha confessado. Se brasileiro fosse, o carrasco austríaco contrataria bons advogados que logo contestariam a confissão, taxando-a de ilegal, por haver sido obtida com a exposição de provas que ainda não eram do conhecimento do acusado. Trocando em miúdos, a polícia seria denunciada por não ter proporcionado, ao suspeito, outro direito sagrado concedido aos criminosos brasileiros: o de mentir. Independente do resultado que viesse a ter no processo, a polêmica ia render.

O clamor popular que enche as praças da Áustria com pedidos de justiça, seria taxado de vingança: afinal de contas, por enquanto, mesmo com a confissão, o pai carcereiro seria apenas indiciado, e em nome dos sagrados direitos do cidadão, haveria que se conceder, a ele, a presunção de inocência!

Para que não fosse incomodado pela turba "vingativa", o estado lhe proporcionaria uma rádio patrulha na porta, com a função de impedir que colassem cartazes ofensivos em sua garagem!

Haveria que se esperar um mínimo de 5 anos para que acontecesse o julgamento. Se condenado, mais 3 ou 4 anos, até que a sentença transitasse em julgado. Só aí se poderia considerar a hipótese da cadeia!

Nesse ínterim, claro, ele poderia viajar para onde quisesse, desde que avisasse à justiça! enfim... vida normal!

Assim como o caso Isabella, na Áustria, o caso do pai carrasco provocou mobilização e revolta da população. Com a diferença que, lá, o noticiário prioriza os direitos de cidadania daqueles que tiveram as vidas sacrificadas. Ontem, nos jornais austríacos, a ênfase do noticiário estava numa pergunta: "O que está acontecendo conosco?"

Era uma boa pergunta para o Brasil se fazer!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

sexta-feira, 25 de abril de 2008

AMÉRICA em Hindi

Já contei pra vocês que '" AMÉRICA" estreou na Índia. Agora vejam o trailer da novela, falada em Hindi:





CLIQUE AQUI, para ver a página do Firangi Channel

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Índia -comercial para vacas

É bom demais:

Esse filme eu já vi!!!!


Foi desastrosa a entrevista do casal Nardoni, que ficou durante interminável meia hora diante das câmeras do Fantástico lastimando a própria sorte, sem demonstrar, em nenhum momento, dor ou indignação pela crueldade cometida contra a pequena Isabela.  

Em nenhum momento prestaram contas sobre os passos que deram depois da chegada ao prédio, para justificar a afirmação de que são inocentes! afinal de contas, só estavam ali, na tela da TV, porque estão sendo acusados de ter cometido um crime hediondo! E não é contando que telefonam para o papai todos os dias, que almoçam junto com a familia aos domingos, que vão convencer alguém de sua inicência! 

Fiquei impressionada quando o reporter perguntou ao "pai" como ele se sentia, sendo acusado pelo assassinato da filha! Alexandre Nardoni gaguejou e concluiu que não tinha resposta, porque ainda não tinha visto os laudos da perícia. A madrasta fez côro! 

Até o pedido para que o público ajude a localizar a tal "terceira pessoa", apontada por eles como o verdadeiro assassino, foi sugerida pelo reporter!  

Diante do fiasco dessa tentativa de emocionar o público com o sofrimento dos indiciados, e na falta de um álibi qualquer, a defesa dos Nardoni parece ter escolhido um velho e conhecido caminho: desviar o foco das atenções, lançando suspeitas sobre a mídia, a polícia, a perícia, as testemunhas, esforçando-se, enfim, por desacreditar tudo o que aponte para a culpabilidade dos dois! Tomara que a mídia não embarque nesse artifício. 

Do jeito que as coisas andam, não vou me surpreender se numa próxima entrevista, o casal acabe perguntando com "sincero" espanto: Isabela? quem é Isabela?

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Isabella



Nesse momento, em que o indiciamento do pai e da madrasta da pequena Isabela, por "homicídio triplamente qualificado", causa nas pessoas a impressão de que a brutalidade cometida contra essa criança não ficará impune, seria bom que a mídia esclarecesse o que isso significa, na prática:

1-mesmo pronunciados, os dois podem reinvindicar o direito de responder ao processo em liberdade. O que significa que só daqui a 4, 5 anos, vão sentar no banco dos reus!

2-Se julgados e condenados por homicídio triplamente qualificado -o que mereceria a pena máxima de 30 anos- o juiz que presidir o Tribunal do Júri terá uma escolha a fazer:

-estipular a pena em 30 anos, o que dá aos réus direito a novo julgamento -serão mais 3, 4 anos em liberdade, até que isso aconteça.

- estipular a pena em 19 anos e alguns meses, como a maioria dos juízes costuma fazer, para evitar o segundo julgamento.

3- ainda que, depois de dois julgamentos, os réus venham ser condenados a 60, 70 anos de cadeia, pela crueldade de ter espancado, esganado e atirado a criança de 5 anos, ainda viva, da janela de um sexto andar, só podem cumprir 30, porque a pena máxima no país é de 30 anos.

4- e mais: vão ter direito a esperar em liberdade até que o caso transite em julgado. O que pode demorar ainda alguns anos. (Pimenta das Neves, que matou covardemente a jornalista Sandra Gomide e Jorge Farah, o médico esquartejador, estão se beneficiando dessa regalia)

5- Uma vez presos, as contas para a concessão dos benefícios não serão feitas em cima dos 60, 70 anos a que foram condenados, mas em cima dos 30, máximo considerado pela lei.

6- de modo que, em 5 anos, tendo cumprido 1/6 da pena, seja, 1/6 de 30 anos, os assassinos estarão na rua, livres, leves e loiros!

Mais barato impossível. As leis penais brasileiras são mesmo uma verdadeira mãe para o crime!

Seria muito bom que a população, ao invés dessas tentativas de depredar a casa dos indiciados, canalizasse sua revolta e se manifestasse para exigir a urgente reforma de um código de processo penal que vem garantido a impunidade de toda a sorte de criminosos!

Essa sim, seria uma bela e justa homenagem à menina Isabella!

quinta-feira, 17 de abril de 2008

fazer sobrancelhas na Índia

Nada de pinças ou ceras. Elas usam esses fio de algodão, que deixam a forma das suas sobrancelhas perfeitas e não causam nenhum dano à pele. Quem experimenta diz que doi um pouco, mas nem vermelho fica!

domingo, 13 de abril de 2008

a menina-deusa



Essa semana todo mundo falou muito da garotinha que nasceu com duas faces, na Índia. A menina -Lali- foi recebida como a reencarnação de uma deusa: o pessoal da aldeia já fala em construir um templo em sua homenagem e muita gente vai vê-la, para ser abençoada por ela.

Tem um aspecto que emociona nisso tudo: é a afetuosidade com que a Índia recebe e acolhe o "diferente". Tem sido um comportamento comum em pais de crianças que nascem com malformações que aqui, no ocidente, costumam ser vistas como aberrações. Como o caso anterior, da menina que nasceu com vários braços e também foi recebida como um avatar do deus Shiva.

Assim como os médicos conseguiram convencer os pais a operar a garotinha de muitos braços, provavelmente, daqui a um tempo, vão conseguir também convencer os pais da pequena Lali a submetê-la a uma operação corretiva. Mas por enquanto eles não querem nem ouvir falar disso. Estão curtindo a filha como ela veio. O pai diz a respeito dos exames:

"Qual a necessidade? Até onde sabemos, ela é como qualquer outra criança. Só queremos aproveitar o tempo que temos com nossa primeira filha, diz o pai

Esta criança é muito especial para nós, diz o avô

Quando se vê algo que não é natural, só pode ser algo de Deus. É tão mágico que acreditamos que ela seja uma deusa, diz um vizinho.

Bonito, não é?

COMPLEMENTO

A Fernanda escreveu esclarecendo que a associação está sendo feita entre a menina e a deusa Gayatri, que tem várias faces.Aqui está ela:

Fiquei curiosa para saber mais e fui ler a respeito. No hinduísmo, Shakti (a energia feminina) está personificada em muitas deusas que são manifestações do aspecto feminino das divindades que compõe a trindade hinduísta: Brahma, Vishnu e Shiva.

Gayatri é o aspecto feminino de Brahma, o criador do mundo e dos homens. Como personificação da energia cósmica em sua forma dinâmica, ela é a força energética com a qual o universo é constantemente criado, destruído e recriado por Bhrama, Vishnu e Shiva.


É tida como a mãe dos Vedas. E dá nome ao mantra mais antigo e mais poderoso (Rig Veda - III, 62:10), que se acredita composto pelo próprio Brahma. Os hindus costumam repetir o mantra Gayatri todos os dias, ao nascer do sol:

Nunca abandonem o Gayatri; vocês podem deixar ou ignorar qualquer outro mantra, mas vocês deveriam recitar o Gayatri pelo menos algumas vezes durante o dia. Ele os protegerá dos perigos onde quer que vocês estejam – viajando, trabalhando ou em casa. Os ocidentais investigaram as vibrações produzidas por este mantra e descobriram que quando ele é recitado com a pronúncia correta, como estabelecido nos Vedas, a atmosfera ao redor torna-se visivelmente iluminada. Assim, o resplendor de Brahma descerá sobre vocês, animará os seus intelectos e iluminará o seu caminho quando este mantra for entoado. Gayatri é a Mãe, a força que anima toda a vida. Portanto, dele não se descuide nunca." (SAI BABA)
Escute o Mantra:

Gayatri Mantra

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Uma hijdra conta sua vida


Eu trouxe da Índia. É a história dolorosa de um eunuco (hijdra) -Mona Ahmed. O livro é composto pelos mails que ele escreveu para a fotógrafa Dayanita Singh, que durante 13 anos acompanhou sua vida, fotografando, através dele, o universo das hijdras. Ahmed estabeleceu com ela um sólido laço de amizade e confiança, e o título do livro é retirado da maneira como assina esses mails: "myself, Mona Ahmed"

"Não somos homens tentando ser mulheres: somos o terceiro sexo" diz Ahmed em um desses mails, sobre a sua condição.

Ele viveu seus últimos anos em absoluta solidão, morando num cemitério em New Delhi, para onde retirou-se ao perder a filha adotiva -Ayesha- que havia criado desde o nascimento.

Ahmed estudou nos melhores colégios, nasceu de família rica, único menino entre muitas irmãs, o preferido do pai, aquele que deveria sucedê-lo à frente dos negócios.

Cedo descobriu que não se identificava com os meninos, e na adolescência, depois das turbulências familiares, provocadas pelo pela impossibilidade do pai de corrigir suas maneiras femininas, é expulso de casa e acaba juntando-se às hijdras.


Seu guru lhe entrega uma récem nascida órfã, e ele dedica-se a ela como verdadeira mãe. O livro é recheado de fotografias que registram as festas de aniversário de Ayesha, os momentos de vida em familia.

Alguns anos depois, o guru considera que o ambiente de Ahmed é prejudicial à menina e leva embora da Índia, nunca mais permitindo que ele a veja.

Cabe explicar a figura do guru: ele é o dirigente do grupo, o responsável pelo gerenciamento do dinheiro que arrecadam, o que dirige as cerimônias e os rituais de castração.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Comerciais na Índia

Os dois comerciais revelam costumes da Índia. No primeiro, a quebra das pulseiras e a retirada dos símbolos da mulher casada, na hora que morre o marido. No seguinte, uma situação de casamento arranjado.




As castas na Índia

A sociedade Índiana se organizou em castas, da mesma forma que os africanos em tribos, que o mundo capitalista em classes, e assim vai. A casta é um sistema de estratificação social hereditário, fundamentado na religião hinduísta. Não tem a ver com a riqueza: o indivíduo nasce e morre dentro de sua casta e a transmite a seus filhos, independente de quantos bens venha a juntar ou dos méritos que venha a acumular.

Para ficar mais claro, numa sociedade de classes, o TER determina a ascenção ou a queda na escala social. A casta não é regida pelo TER, mas pelo SER. Portanto, é imutável, não permite nenhuma mobilidade.

Segundo o hinduismo, a humanidade nasceu de um único Deus -Brahma- mas de diferentes partes de seu corpo. Esse é o critério para classificar as 4 castas básicas:


brâmanes (sacerdotes, professores, sábios) - a casta mais alta, saiu da boca de Brhama
Chatrias (governantes e guerreiros) dos braços de Brahma
Vaisias (comerciantes, artesões ) das pernas de Brahma
Sudras (agricultores, prestadores de serviço) dós pés de Brahma

Já por volta de 1500 AC, o Código de Manu especificava os deveres e limitações de cada casta: com quem poderiam casar, que alimentos lhes era permitido, que ritos deveriam cumprir, que normas obedecer, que trabalhos poderiam realizar.

Os dalits, ou intocáveis, são párias: aqueles que não tem casta, a poeira sob os pés de Brahma. Eles realizam os trabalhos considerados impuros para as outras castas, como a limpeza de excrementos, a lida com os cadáveres, não podem beber água na mesma corrente de água, não lhes é permitido entrar nos templos, nem mesmo tocar, com sua sombra, um indivíduo pertencente a qualquer casta.

Gandhi lutou pela inclusão dos "intocáveis", e ele próprio passou a lavar o seu e outros banheiros, numa atitude simbólica, que tinha por finalidade demonstrar a igualdade entre os homens. Enfrentou muita resistência, inclusive de sua própria esposa. Em sua biografia, ele conta como muitos de seus adeptos abandonaram o santuário que ele havia fundado, quando admitiu um intocável entre eles.

Quando da independência da Índia, em 1947, um intocável, o dr Ambdkar, particiou da redação da nova constituição, que aboliu as castas -da lei, mas não dos costumes. Elas vigoram até hoje, mais fortemente nas regiões rurais, e o governo da Índia tem feito campanhas sistemáticas no sentido de transformar esse quadro, estimulando com prêmios casamentos entre castas e proporcionando aos dalits o direito à educação e ao mercado de trabalho.

Eles ainda têm muita luta pela frente, mas já fizeram conquistas consideráveis: entre outras, a eleição de Mayawati (não tem sobrenome), para governadora do estado de Uttar Pradesh.

sábado, 5 de abril de 2008

País dos contrastes

Na Índia, o que mais impressiona é a convivência do milenar com o extremamente novo. A tensão permanente entre o antigo e o moderno.

Não é à toa que, em hindi, existe uma única palavra para dois significados que, para nós, são opostos: "Kal" quer dizer "ontem". E quer dizer também "amanhã".

É exatamente essa a sensação que a Índia deixa na gente: a de ter entrado numa dimensão diferente, onde o ontem e o amanhã se confundem.

Pois é. A Índia chega ao século XXI como uma potência. Tem um programa nuclear altamente desenvolvido, é referência na área de tecnologia, desenvolvimento de softwares, call centers, é o quarto maior fabricante de medicamentos do mundo e as previsões fundamentadas em seu ritmo de seu crescimento indicam que em 2035 será a terceira maior economia, ficando atrás apenas dos Estados Unidos e da China.

Tornou-se também, com sua Bollywood, a maior produtora de filmes do planeta, e é a número 1 em bilheteria, com uma média de 150 milhões de espectadores por semana.

Ao mesmo tempo, é imenso o contingente de miseráveis, o país tem 18 línguas oficiais, e religiões conflitantes.

No campo da Justiça essa complexidade fica explícita na convivência do Direito estatal com o Direito religioso, que tem seus fundamentos no Código de Manu, elaborado por volta de 1500 AC, e que é representada por "assembléias" dentro de cada casta e subcasta.

O sistema de castas, ainda que erradicado pela lei, continua a vigorar nos costumes, e as regras que cada uma delas deve seguir, ainda valem hoje para os seguidores do hinduísmo, como valiam na época de Manu.

No encontro com os brasileiros na Índia, uma das observações mais constantes foi a necessidade de se ter, em casa, vários empregados: aquele que é responsável pela arrumação, por exemplo, se recusa a lavar o banheiro, porque isto é função de um "intocável".

Recentemente, uma das maiores estrelas de Bollywood, Aishwarya Bachchan, casou-se com uma árvore, depois que o astrólogo previu que seu primeiro casamento não seria bem sucedido. Assim, liberta do mau agouro, pôde casar-se tranquilamente com o noivo!

Increadible India!

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Cumprimentos na Índia

O mais usual é unir as mãos assim, como na foto e dizer Namasté, ou Namaskar. 

Beijinhos e abraços não são comuns, nem mesmo entre mulheres. Entre homem e mulher então, nem pensar: é tido como muito impróprio!

Da mesma forma que os árabes, os homens indianos costumam andar de mãos dadas ou abraçados na rua, e isso significa amizade. 

Já os casais não devem se abraçar nem dar as mãos em público. Muito menos diante da família. Qualquer aproximação física entre homem e mulher deve acontecer entre quatro paredes.

Ao cumprimentar uma pessoa mais velha, a pessoa deve curvar-se e tocar-lhe os pés, em sinal de respeito pelos caminhos que trilhou. Enquanto levanta, toca a mão no coração e depois na testa, fazendo, de maneira invertida, o gesto que conhecemos como se benzer.

Comentei isso com Shivani, nossa guia em Mumbai, explicando que, entre nós, a mão tocava primeiro a testa, depois o coração. E ela afirmou que não era correto, porque se você começa tocando a testa e abaixa a mão, está cortando a energia, e não liberando-a. 

Os indianos são muito atentos a tudo o que diz respeito à energia.

brasileiros em Delhi

No restaurante, com Juliana, Deva, Patricia e Bianca. Nos conhecemos pelo Orkut, na comunidade Brasileiros na Índia. A Juliana, primeira à esquerda, apaixonou-se por um indiano pela internet e está casada com ele. É claro que ela ainda estranha muita coisa, mas, de modo geral, está bem adaptada à vida indiana. Deva se dedica ao comércio. Sua base é o Japão. A de branco, Patrícia, faz doutorado em Delhi. Tenho contado muito com todas elas para entender as dores e as delícias de uma brasileira na Índia!

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Médicos de todo o Rio: uni-vos!!!!!

Dengue? ainda? de novo?????
A nova epidemia é o retrato do descaso absoluto do poder público e do estado lastimável a que chegou a saúde no Rio de Janeiro!

É terrível acompanhar o desespero dos pais com as crianças no colo, correndo de hospital em hospital, sem médicos em número suficiente para atendê-las, sem leitos para interná-las!

É terrível assistir, todos os dias, o enterro de crianças que poderiam ser salvas com tão pouco: um diagnóstico, uma internação para o contrôle de plaquetas e soro!

Bonita a atitude daquele anestesista que saiu de casa no dia da sua folga para atender os doentes no corredor do hospital. Queria postar a fotografia dele aqui, mas não encontrei nenhuma na internet. Muito menos uma matéria que dissesse seu nome.

O gesto de solidariedade deveria ser imitado pelos médicos que atuam em clínicas e consultórios particulares. Muitas mortes seriam evitadas se todos eles doassem um pouco do seu tempo para socorrer esses pais, essas crianças!

O abandono dos hospitais, o descaso com o salário dos médicos, a falta de prevenção a uma doença que já poderia estar inteiramente erradicada, tudo isso a gente discute durante! prioridade agora é salvar a vida dessas crianças que poderiam ser filhas, netas ou bisnetas de qualquer um de nós!