
segunda-feira, 31 de março de 2008
o dote - leis e costumes

brasileiros em Mumbai

domingo, 30 de março de 2008
as rocas de Varanasi
sexta-feira, 28 de março de 2008
Varanasi- rituais do amanhecer
quinta-feira, 27 de março de 2008
as margens do Ganges

Estamos em Varanasi, uma das 7 cidades sagradas da Índia.

Para um hinduísta, banhar-se nessas águas purificadoras é um ritual que ele sonha fazer pelo menos uma vez na vida. A suprema benção é ter suas cinzas atiradas no Ganges, porque o rio sagrado tem o poder de libertar a alma da samsara, o penoso ciclo das reencarnações, e permitir que ela se una diretamente ao criador.
Por conta disso, chegam todos os dias à Varanasi pessoas muito velhas ou muito doentes, e trens que trazem mortos para serem cremados às suas margens.
Todas as tardes, no cair do sol, acontece essa cerimônia que viemos assistir, a Aarti. Na foto acima, a escadaria que leva ao rio. Essa cabra ficou tranquilamente assistindo ao culto. Quando fomos embora, ainda estava lá.

Do lado direito da escadaria, a visão trágica de muitos leprosos em estado avançado, pedindo esmolas. É terrivel de se ver, porque a hanseníase hoje é uma doença perfeitamente curável, e não exige sequer isolamento. Mas aqui ela continua exposta em sua versão bíblica.
Pode-se ver o culto das margens ou de um barco, como esse que vemos na foto abaixo.
Debaixo de cada um dessas espécies de guarda-sol iluminados, fica um monge. São sete ao todo. Eles cantam mantras e queimam incensos. A cerimônia acontece todos os dias, mesmo quando as chuvas violentas das monções fazem transbordar as águas do Ganges.

Terminada a cerimônia, fomos de canoa ver os crematórios, que ficam logo mais adiante. As fogueiras são feitas bem na margem do rio, enquanto os corpos esperam, amarrados numa numa espécie de maca, postos na escadaria: mulheres envoltas em panos vermelhos debruados de dourado. Os santos e as crianças em panos brancos, os velhos em panos muito coloridos, simbolizando que já viram todas as cores da vida.
Só não se cremam os homens santos - porque já estão libertos da samsara. As crianças - porque é preciso que reencarnem para viver (todo o ser deve passar pela vida), e os leprosos -porque já sofreram demais, e isso os liberta.
O ritual da morte é dirigido pelo filho mais velho, que está vestido de branco, com o doti, aquela roupa usada pelo Gandhi. Em sinal de luto, ele traz a cabeça raspada. Os outros familiares vestem roupas comuns, e só os homens assistem à cerimônia.
Ao filho mais velho cabe acender a fogueira onde o corpo foi colocado. Ele dá sete voltas em torno, com a tocha na mão, e acende o fogo. Depois que o corpo estiver consumido, ele atira ao Ganges as cinzas de seu pai ou de sua mãe.
Confesso a vocês que nós chegamos ali achando que íamos encontrar uma energia muito pesada, dificil de suportar. Mas não é nada disso. O hinduísmo encara a morte como um fenômeno natural da vida. E como diz um de seus textos sagrados:
"O verdadeiro Ser vive sempre. Assim como a alma incorporada experimenta infância, maturidade e velhice dentro do mesmo corpo, assim passa também de corpo a corpo - sabem os iluminados e não se entristecem"
Toda a cerimônia fúnebre está impregnada desta crença.
terça-feira, 25 de março de 2008
Cachorro tem cada uma!

A noticia estava no jornal que lemos no avião, à caminho de Varanasi. Está acontecendo no Japão.
segunda-feira, 24 de março de 2008
um domingo no templo

Muitas dessas crianças tinham os olhos pintados assim. Dizem que isso as protege de mau olhado:


domingo, 23 de março de 2008
as cores da Índia

Não lembro quem disse, mas é verdade: ninguém sabe o que é cor antes de chegar na Índia!
sábado, 22 de março de 2008
Consultando a estrela
quinta-feira, 20 de março de 2008
Índia
Aqui estamos nós, na incrediable Índia!
quarta-feira, 19 de março de 2008
ainda no shopping
segunda-feira, 17 de março de 2008
shopping em Dubai
Muitos estrangeiros, gente de todo lugar do mundo fazendo turismo por aqui. É bonito, ver como todas as nacionalidades se cruzam: japonesas vestindo shorts ou minissaias, mulheres de burca, algumas usando no rosto um acessório que lhes cobre a boca e as sobrancelhas, indianas enroladas em seus saris, ternos, bermudas, roupas caracteristicas de cada região da Ásia e da África, tudo se mistura por aqui.
Engraçado saber que os homens de bermuda não causam choque nenhum aos árabes em suas camisas compridas e lenços na cabeça: eles só acham engraçado, e dizem que estão vestidos de menino!
no mercado do ouro
Elas são lindas, os olhos delineados a khol, roupas elegantíssimas que a gente pode vislumbrar, sob os véus, quando caminham.
Ontem, quando chegamos ao hotel, havia um grupo enorme, só de mulheres vestidas de festa, com abayas muito requintadas. Algumas cobriam só os cabelos, outras só mostravam os olhos, e outras ainda tinham o rosto inteiro coberto por um lenço muito fino, e só podiam enxergar através da transparência deles.
Mas todas usavam uma quantidade imensa de joias! muito ouro, brilhantes, rubis, uma variedade imensa de pedras! Ficamos sabendo que iam a um casamento, e como homens e mulheres não se misturam nessas festas, elas saíam aos grupos, dirigindo seus próprios carros.
Eu não sei em que ocasiões nem se é habitual usar esses colares! Mas tente imaginar o que é carregar um deles no pescoço!
Bom, virando essa página, uma coisa a gente nota logo à primeira vista, aqui em Dubai: tem tantos indianos quanto árabes! eles estão por toda a parte: na construção civil, no atendimento das lojas, dos hotéis, na direção dos taxis. Muitos trouxeram as famílias, outros vieram sozinhos, em busca de uma vida melhor na "terra prometida". Vieram "fazer Dubai".
quinta-feira, 13 de março de 2008
amor, casamento e dotes

Mais de 90% dos casamentos na Índia são "arranjados", combinados entre as famílias. A escolha dos pais costuma passar ainda pelo crivo do astrólogo, que é consultado para dizer se há ou não compatibilidade entre os noivos.
O Times traz um caderno inteirinho com anúncios matrimoniais, e também existem páginas na internet, onde a apresentação dos candidatos ao matrimônio é feita geralmente pelo pai ou pela mãe.
Algumas dessas páginas apresentam uma espécie de ficha padronizada, que trazem todas as informações relevantes à escolha do cônjuge: a que casta pertence, a que religião, peso, altura, ocupação, grau de instrução, línguas que domina, hora que nasceu, se exige a opinião do astrólogo, etc etc etc.
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Mas não se pense que o amor esteja dispensado: é que o amor, na cultura indiana, é uma construção a longo prazo. Um filme muito bonito, que mostra como esse sentimento vai se tecendo ao longo dos anos, é Namesake, de Mira Nair. Vale a pena assistir
De qualquer modo, venha ou não venha a acontecer o amor, os casamentos costumam ser para a vida inteira, e o fracasso deles é um estigma.
Um grande complicador é o dote: custa caro demais casar uma filha, e é por isso que o nascimento de meninas não é muito bem-vindo. E mais:
os dotes tem atraído a cobiça de muito malandro.Vejam o que conta a Sandra Bose:
Cerca de 30 mil mulheres indianas, segundo uma estimativa governamental (os especialistas dizem que o número verdadeiro é provavelmente bem maior), são atraídas todos os anos para casamentos fraudulentos por maridos que vivem no exterior.
Isso é parte de um problema crescente na Índia, onde o aumento da prosperidade está fazendo aumentar aquilo que muitos aqui chamam, meio em tom de piada, de "complexo industrial casamenteiro", à medida que os custos dos casamentos e dos dotes fornecidos pelas famílias das noivas sobem sem parar.
Segundo os analistas, a "inflação" dos dotes está criando um incentivo para as fraudes. Nas cidades mais prósperas da Índia, não é incomum que os noivos recebam dotes de cerca de US$ 100 mil. Alguns dotes chegam a alcançar a cifra de US$ 500 mil em dinheiro, ouro, diamantes e propriedades.
Os dotes são proibidos na Índia por uma lei de 1961 que raramente é aplicada. Na verdade, os pais muitas vezes pegam empréstimos em bancos para ajudar a pagar o casamento suntuoso das filhas, que geralmente é visto como um acontecimento da mais alta importância.
Na ânsia de casar as filhas com indianos que trabalham no exterior, as famílias ignoram com freqüência um protocolo muito importante do casamento: a investigação da vida do noivo.
terça-feira, 11 de março de 2008
"AMÉRICA" inaugura canal de TV na Índia!

Olhem quem chegou à Índia primeiro que nós: ele, o boi Bandido! e junto com ele, Sol, Tião, Ed, todas as personagens que povoaram o universo da novela AMÉRICA!
Pois é: AMÉRICA está na Índia desde o dia 25 de fevereiro, inaugurando um novo canal de TV, falado em hindi - o Firangi Channel. É a primeira novela brasileira a ser exibida lá.
Alguém já disse que a gente não escolhe os temas, os temas nos escolhem. E não é mesmo? A estréia da novela é a notícia mais recente, mas de um tempo pra cá parece que todos os caminhos me levam à Índia!
segunda-feira, 10 de março de 2008
Odoricos: lá e cá

Ao contrário de Sucupira, que tinha um cemitério novinho sem ninguém para o inaugurar, em Sarpourenx e Biritiba Mirim não existem mais vagas para abrigar ninguém. Mas as diferenças terminam por aí: como o colega Odorico, os dois prefeitos só querem inaugurar um cemitério!
É cada uma!
sexta-feira, 7 de março de 2008
Shiva, a dança do cosmo

Simplificando muito: Brahma é o absoluto, o início, o meio e o fim, o UNO e o TUDO. Tudo é vida, porque tudo é Brahma.
Seu pé esquerdo erguido mostra-nos que podemos elevar-nos e atingir salvação. Salvação é auto-elevação Salvation = self elevation
terça-feira, 4 de março de 2008
Nós e o festival Holi

Tudo isso é Holi, o festival das cores que acontece agora, na lua cheia desse final de março, para saudar a chegada da primavera e pedir a proteção dos deuses, para a colheita seja boa e a terra fértil.
Vai cair exatamente no dia que tínhamos programado passar em Agra, indo de manhãzinha e voltando à Delhi quando chegasse a noite. De trem, são duas horas de viagem.
O bom senso obrigou a mudança: durante o holi as ruas da Índia ficam pra lá de animadas, ninguém escapa dos banhos de água e pós coloridos, que os indianos atiram entre si e nos passantes.
É bonito o resultado: as pessoas ficam parecendo elementos de um quadro vivo, de uma explosão de cores!
Mas é melhor curtir o festival em Delhi, onde, depois de participar da brincadeira, e de também pedir aos deuses pela boa colheita em nosso trabalho, ao invés de pegar um trem assim, molhados e coloridos, podemos ir ao hotel para trocar de roupa!
segunda-feira, 3 de março de 2008
Lavanderia em Mumbai
