domingo, 25 de novembro de 2007

duas faces da Impunidade

No Pará, mulheres, e até meninas suspeitas de furto, são jogadas em celas com 20, 30 homens, estupradas e seviciadas com o beneplácito da polícia e da justiça



Enquanto isso, Pimenta das Neves, que assassinou friamente Sandra Gomide, continua em liberdade, curtindo a praia, mesmo depois de julgado e condenado a 19 anos e tantos meses de cadeia: direito garantido por unanimidade pelo STJ.



Se historicamente a legislação penal surgiu para proteger a sociedade, entre nós a distorção é clara: nossas leis parecem feitas de encomenda para livrar as classes mais favorecidas do alcance da justiça - e livram! um bom advogado sempre encontra a porta de saída -que o diga Pimenta das Neves.

10 comentários:

Anônimo disse...

Pois é, a governadora sabia!
Triste isto.
Mesmo antes de ter vindo aqui, fiz um post com este assunto- a mesma foto. Coloquei em dois blogs que eu tenho.
Há momentos e, que é preciso quebrar o silêncio. Vc vem fazendo isto faz tempo. Torço pela sua luta, sou solidária em sua dor.
Chega de violência! pior ainda a olhos nus.
Um abraço,
Laura
PS: Meu outro blog:
http://orientacaopsi.blogspot.com/2007/11/surge-3-caso-de-mulher-presa-em-cela.html

Marcos Menezes disse...

Deveriam colocar a governadora na cela por uma semana.

Anônimo disse...

No Brasil, mesmo com a lei Maria da Penha, não há punição suficiente para os homicidas, especialmente quando matam mulheres. É preciso exigir punição severa, sempre!!!

Anônimo disse...

Tem razão, Gloria. Esse Pimenta das Neves tirou uma vida covardemente e nem sequer sentiu o gosto da cadeia.
Esse código penal é uma vergonha.
beijo pra você

BRASIL DE PAZ. disse...

Assim como em 2002 foi publicado o NCC, Novo Código Civil, a sociedade precisa cobrar com rigidez a reformulação do nosso ultrapassado e desatualizado Código Penal... A progressão da pena e a diminuição das "brechas" na lei devem ser as primeiras pautas...
Paulo Ascenção.

Odele Souza disse...

'nossas leis parecem feitas de encomenda para livrar as classes mais favorecidas do alcance da justiça - e livram!'
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Pois é Glória, triste verdade esta contida na sua frase acima. Eu que o diga, diante da luta até agora sem sucesso, para que a justiça CONDENE os culpados pelo acidente que deixou minha filha Flavia em coma vigil irreversível. Esta luta já vai pra NOVE ANOS. Triste e vergonhosa realidade a da (in)justiça brasileira.

Um abraço e meu desejo de boa semana.

Anônimo disse...

As duas fotos juntas são mesmo um retrato chocante do que tem sido a Justiça ou a falta de justiça aqui no nosso Brasil.

Anônimo disse...

Imagina, a governadora saber que uma menina pobre lá nos "cafundó do judas" fora presa numa 'jaula' cheia de predadores. Esse petismo idiota só mesmo na revista Veja.

Cássia Valéria disse...

Glória,
Antes eu pensava que até o "absurdo" teria limite mas vejo que não, já ultrapassou o inimaginável.
Interessante q eu estava mesmo pensando em continuar a discussão sobre "justiça" e afins e tratar em especial desse outro absurdo onde assassinos frios condenados a anos e anos, aí soltos. A matemática da nossa "justiça" é bem ímpar.
Eitha Brasil!
Beijos,
Val

Anônimo disse...

Caro Glória Perez,

tendo-se em vista esta discussão nacional a cerca do crime e da pena, lhe relato que sou uma testemunha viva de quanto se morrer assassinado neste país é fácil e o que é mais grave, o quanto o Código de Processo Penal é benéfico para os criminosos. Falo isto com a propriedade de quem aos 15 anos ( hoje tenho 44 anos de idade ) viu sua família se desmoronar em virtude de um crime de autoria de sua própria mãe, ou seja, a minha mãe fora a autora intelectual e mandante de um crime contra o meu pai, que fora assassinado dormindo em nossa residência na data de 21/08/1979. Na época o crime fora muito divulgado pela mídia impressa e televisiva, sendo, inclusive, conhecido como o Caso da Pomba Gira. A minha mãe fora condenada a 18 anos de reclusão e fora defendida pelo Dr. Roberto Jefferson. Porém, com um terço da pena fora libertada pelo regime da condicional da pena. Gostaria muitíssimo de manifestar a minha opinião e divulgar a minha tese com relação a estes crimes , tanto na minha ótica de quem sofrera todas as mazelas da perda de um jovem e querido pai ( ele tinha 40 anos ) em virtude da ganância, esquizofrenia e da perversidade alheia, bem como sob a ótica de um profissional de direito, pois, sou advogado e delegado da 32ª Subseção da OAB-RJ. Inclusive, defendo a tese, que poderia ser objeto de lei e/ou uma emenda , de que a defesa dos cidadãos que se envolvem em crimes hediondos, em corrupção de menores, genocídio, em tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins e em terrorismo seja feita pela Defensoria Pública do Estado, pois, assim garantiria-se constitucionalmente a defesa do acusado ( cidadão ) e evitaria-se que houvesse a quebra de princípios éticos e morais , bem como, se evitaria que a nossa classe fosse vista como cúmplice e/ou sócia do crime.
Hoje a minha mãe vive uma vida normal, sem culpas e ainda se diz no direito de afirmar a quem quer que seja, que é primária e já cumpriu a sua pena.
Como se vê, somente quem é assassinado é quem sofre e/ou o seu ente querido , haja vista que, a nossa sociedade está sofrendo uma séria inversão de princípios éticos, morais e religiosos.

Neste sentido, peço a sua ajuda nesta cruzada e me ajudar junto a mídia para divulgar a minha opinião.



Dr. Alvaro Luiz Carvalho da Cunha
OAB-RJ 97.386