Carlota Joaquina como Maria Antonieta, é dessas personagens que acabam virando caricatura: leviana, vulgar, depravada, intrigante, ninfomaníaca, o que ficou para nós foi o registro de suas infidelidades e extravagâncias.
É verdade que a princesa não foi nenhum modelo de fidelidade, como também é verdade que cometeu muitas extravagâncias. Mas a imagem tão completamente negativa, deveu-se mais ao empenho de seus detratores do que às suas próprias transgressões.
É verdade que a princesa não foi nenhum modelo de fidelidade, como também é verdade que cometeu muitas extravagâncias. Mas a imagem tão completamente negativa, deveu-se mais ao empenho de seus detratores do que às suas próprias transgressões.
Nos livros de História, os capítulos dedicados a ela se limitam a contar passagens que ilustram e reforçam o caricato:a célebre noite de núpcias, quando teria partido a cabeça de D. João com um golpe de candelabro, a humilhação a que submeteu o embaixador inglês, obrigando-o a descer da carruagem e ajoelhar-se na rua, a seus pés, a conspiração contra o marido e os muitos envolvimentos amorosos, inclusive com escravos.
Mas Carlota Joaquina não era só isso. Independente, preparada, tinha cultura incomum para as mulheres da época.
É esse resgate que a historiadora Francisca Nogueira de Azevedo faz no livro que acaba de lançar: Carlota Joaquina - Cartas Inéditas. São cento e muitas cartas familiares e políticas, que revelam os aspectos da personalidade e da inteligencia de Carlota, que os cronistas de seu tempo calaram.
Cartas que a humanizam, enfim.
Aliás -e também já em tempo- os franceses estão resgatando Maria Antonieta.
7 comentários:
Oi Glória! Pois é, sem querer santificar ninguém, mas o negócio de demonizar mulheres sempre foi, por muito tempo, mania geral.
Beijos
Basta as mulheres agir um pouquinho fora dos "padrões sociais" já são consideradas o diabo a quatro!
Esse é um livro que vale a pena!!
Assim tira-se a interpretação um pouco medíocre dos livros acadêmicos que são extremamente supérfluos
Exatamente, meninas, é o caso da "bitch", há um tempo fiz um post sobre "mulheres difíceis", foi uma mulher forte e de opinião (e transgressora) e já vira "louca".
Viram a cobertura do caso da presidenta eleita da Argentina? fiquei pasma com as várias vezes que disseram que a mulher era "convencida", na Globonews, já viram esse adjetivo sendo usado para um político homem? não, eles são "confiantes"...
Gloria, parei um pouco de costurar agora, mas você não tava online pra gente dar uma "trabalhada". Vamos ver amanhã.
Estou adorando seu blog, tá bem leve, variado, muito bom!
Beijos!
Magaly
Que bom que seu blog tb é cultura.
Sempre pensava que nesta época as mulheres eram muito ingenuas e foi bom saber que nem só os homens aprontavam as mulheres tb tinham uma vida com amores.olha que a Carlota era muito corajosa tem minha admiração apesar de falarem que era louca foi bem ousada
Acho as caricaturas bem mais interessantes, mas é mto bom vê-las também desconstruídas. Vou dar uma olhada nesse livro.
Li e adorei. Carlota me surpreendeu.
bjo
Mulheres e homens são julgados sempre com adjetivos diferentes, fica difícil entender o que é relato e o que é distorção. Quanto a essa figuras fortes da história penso que nem oito nem oitenta, nem santa nem demônios...
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