quarta-feira, 17 de outubro de 2007

TROPA DE ELITE

quarta-feira, 26 de setembro de 2007


De volta, encontro uma nova polêmica envolvendo o filme: a reação eufórica das platéias às cenas de tortura e morte. Nenhuma surprêsa, pra quem prestou atenção ao fato de que o BOPE tenha sido aplaudido no desfile de 7 de setembro.

O que foi que mudou? durante muito tempo cultivou-se no Brasil uma verdadeira ojeriza à polícia. Qualquer tipo de repressão era identificado àqueles anos de ditadura que nunca mais queríamos ver pela frente. Ao mesmo tempo, a tendência era vitimizar os bandidos, encontrando sempre uma explicação sociológica para suas ações. O culpado mesmo era “o sistema”.

Ora, uma coisa é repressão à livre expressão, e outra bem diferente é repressão ao crime. Confundir essas estações ajudou um bocado a chegar onde chegamos.

A indiferença do estado, a cultura da impunidade, o sentimento de desamparo, a falta de confiança nas instituições, esse clima de salve-se quem puder, acaba mesmo embrutecendo as pessoas.

O filme, como filme, é primoroso. E foi mais do que oportuno mostrar o ponto de vista da polícia, concordemos ou não concordemos com ele.

Como será importante mostrar o ponto de vista da população honesta que, no morro como no asfalto, vive aterrorizada, com medo de parar num sinal de trânsito, de tomar um ônibus, ou de simplesmente andar na rua e ser atingida por uma bala -perdida ou dirigida a si.

A reação feroz das platéias é um grito de alerta e tomara que seja ouvido enquanto ainda é tempo.

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